sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quando a Sabedoria influencia a lábia

Quando dizemos "homens sábios", geralmente imaginamos homens de grande reflexão, cultos, com grande gosto para as coisas boas da vida e para as outras coisas também. Entretanto, no RPG, temos a seguinte definição para o atributo Sabedoria, que nos mostra que ela pode compor os aspectos tanto de um homem sábio quanto de um malandro experiente (definição retirada do AD&D 1ª edição, em tradução livre):
Sabedoria é um termo usado para determinar um conjunto formado pelo esclarecimento, julgamento, astúcia, força de vontade e (até certo ponto) intuição do personagem.
Esclarecimento, julgamento, força de vontade, entre outros,  são adjetivos que, em princípio, nos remetem naturalmente à nobreza de espírito e de caráter. Contudo, com um pouco de força também podemos supor que estas características facilmente poderiam compor o arsenal de um falsário.

O tolo mente; mas o esperto mente melhor ainda. Entre os homens comuns, é mais fácil e cômodo dizer a verdade do que arquitetar uma mentira, já que a verdade, bem, é verdade, e a mentira necessita de invenção; criatividade; esclarecimento sobre os fatos e circunstâncias; força de vontade para despejá-la e mantê-la; instinto por parte do mentiroso para saber a melhor hora de aplicá-la entre outras coisas dificultosas para a mente.

O tolo, ao mentir, não percebe o lodaçal em que se afunda, pois, como penduricalhos daquela mentira inicial, dez outras mentiras terão que se seguir para apoiar a frágeis e curtas pernas da primeira. Já o esperto, o falsário, tem sabedoria o suficiente para entender por quais regiões pantanosas há de andar por conta daquela ilusão que espalhou com a palavra; e se não houve outra alternativa a não ser mentir, então faz ele de tudo para que não seja pego pelas areias movediças que ele mesmo se enfiou.

Talvez sejam razões o suficiente para os jogadores aplicarem mais pontos neste atributo tão ignorado por não-Clérigos, e razões o suficiente para os mestres concederem aos jogadores bônus na hora em que seus personagens sábios tentam ludibriar ou engambelar alguém.

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